5 de mar. de 2009

Review de CD

Bloodrock - Whirwind Tongues

Ano de Lançamento: 1974

Injustiça! Muita injustiça o grande público não ter o conhecimento dessa incrível banda, datada dos anos 70. Culpa dos críticos da época que falaram que o Bloodrock não tinha um material muito original, levando em conta que eles excursionaram com um dos grandes nomes do rock americano, Grand Funk Railroad.

Para quem não conhece, colocarei uma breve história dessa incrível banda.

É uma banda texana, que como todas da época, viviam de covers, mas resolveram gravar um trabalho próprio. Mais tarde foi descoberta pelo produtor do Grand Funk Railroad, Terry Knight, o mesmo cara que trouxe os Stones para os Estados Unidos, e com muito gosto produziu os três primeros CD’s da banda, fazendo com isso que o Bloodrock tocasse em grandes palcos ao lado de fortes nomes, como o próprio Grand Funk.

Abrindo quase todos os shows do Power trio americano, eles conquistaram uma grande notoriedade entre os adoradores de Hard Rock e fizeram muitos fãs durante esse tempo. Mesmo não tocando direto em rádios a banda foi muito cultuada principalmente pelos combatentes que serviam no Vietnam

As letras de suas músicas na época eram bem esculachadas, falando de vingança e do modo “nojento” de vida americando, mais tarde citado no movimento Punk Rock.

Como havia falado anteriormente, a banda obteve seu ápice com a música “D.O.A”, traduzido ao português “Mortos na Chegada”, retratando sobre um acidente de avião. Essa faixa chegou a ocupar o 36º da Bilboard em 1971.

O Bloodrock teve seu fim precocemente porque era considerada pouco original em suas composições. Lançaram ao todo nove álbuns, dentre eles gravados em estúdio e materiais ao vivo.

Com uma breve descrição dessa incrível e quase anônima banda, podemos falar sobre o álbum em questão.

Considero esse um daqueles discos experimentalistas, como na época em que o Jethro Tull pegou o pop e um pouco do hard da época e colocou na lista de influências musicais e lançaram nada menos que Aqualung e Thick as a Brick. A forma como foi feita esse disco do Bloodrock é irretocável como esses dois emblemáticos álbuns.

Com nove faixas a banda mostra uma forma abrangente de fazer música, migrando de influência como Paris Hilton muda de roupa, e tudo isso contido em um único álbum. Transitando do pop ao jazz, do blues ao hard rock e com muitos elementos que remetem ao grande ELP a grande sacada desse álbum é uma versão inovadora para Eleanor Rigby, Beatles.

A incrível Voices tem uma pegada progressiva, sem perder aquela pitada do rock’n roll, uma faixa essencial para quem adora uma música bem elaborada e diferente do habitual.

Vale destacar as faixas Parallax e a muito bem arranjada Lady of Love, uma música muito bonita, com elementos pop.

Não posso esquecer a belíssima Guess What I Am, essa merece uma atenção especial justamente pelo arranjo magnífico de piano, um bom gosto inquestionável. Sua letra também é maravilhosa.

Sunday Song mostra um blues pretensioso em conjunto com uns elementos de jazz bem encaixados.

A música Stilled by Whirlwind Tongues vem com uma pegada que lembra Bob Dylan com uns toques a-la Jethro Tull, principalmente pela presença da flauta transversal durante quase toda a faixa, fazendo harmonias para completar essa já completa música.

Assim sendo, a vitalidade desse incrível álbum é muito atual, valendo a pena ressaltar que esse é o primeiro álbum após a saída do seu vocalista e mentor Jim Rudlegde e com a entrada do Warren Ham. Sem dúvida é uma injustiça ela não ser tão reconhecida como deveria, mostrando como era manipulada a indústria fonográfica da época. Atualmente a banda é muito cultuada, tendo um grupo bem seleto de fãs espalhado no mundo todo. Caso queiram conhecer as músicas e um pouco mais da história deles, fica aqui uma recomendação do site que baixei todos os álbuns.

Vale muito à pena ouvir e aprender com essa incrível e anônima banda.


Ronaldo Jr.

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